Will you still love me tomorrow?
"É o nome de uma bonita canção e ocorreu-me a propósito de uma conversa sobre o assustador número de depressões e angústias mais ou menos crónicas que encontramos por todo o lado, em todas as idades e pelos motivos mais diversos. Um rapaz que acabou namoro porque não sabia quanto tempo é que ia durar aquela paixão; outro que tinha encontrado o primeiro emprego mas que, ao fim de 15 dias, se despediu, porque não sabia se era aquilo que queria fazer a vida toda; imensos jovens que saltitam de um curso para o outro sem nunca se esforçarem por nenhum; muitas pessoas que se arrastam diariamente na sua rotina, sem lhe acharem graça porque se calhar há outras coisas muito mais interessantes que não lhes aparecem à frente dos olhos…
Li há uns dias a resposta de Agustina Bessa Luís sobre um assunto deste tipo: “Mas quem é que disse que a vida era fácil?”(cito de memória)
Vivemos uma época frenética, em que tudo tem que ter uma resposta rápida. Não se aguenta o esforço, a incerteza ou o fracasso e os necessários tempos de reflexão, ou de crescimento, ou de recuperação, são considerados puras perdas, etapas a queimar antes que se faça tarde para o acontecimento seguinte. E assim se vão acumulando “experiências” sem nunca se chegar a viver coisa nenhuma, num desbaratar de oportunidades que dá um bom lastro para depressões e para as memórias do que podia ter sido…
Há perguntas que são feitas para não ter resposta porque, se ela existir, teremos que ser nós a descobri-la. Ou a construí-la. Com tempo, a seu tempo.
Salvo casos devidamente justificados, deviam ser proibidas as depressões…"
in Quarta Républica posted by Suzana Toscano
Li há uns dias a resposta de Agustina Bessa Luís sobre um assunto deste tipo: “Mas quem é que disse que a vida era fácil?”(cito de memória)
Vivemos uma época frenética, em que tudo tem que ter uma resposta rápida. Não se aguenta o esforço, a incerteza ou o fracasso e os necessários tempos de reflexão, ou de crescimento, ou de recuperação, são considerados puras perdas, etapas a queimar antes que se faça tarde para o acontecimento seguinte. E assim se vão acumulando “experiências” sem nunca se chegar a viver coisa nenhuma, num desbaratar de oportunidades que dá um bom lastro para depressões e para as memórias do que podia ter sido…
Há perguntas que são feitas para não ter resposta porque, se ela existir, teremos que ser nós a descobri-la. Ou a construí-la. Com tempo, a seu tempo.
Salvo casos devidamente justificados, deviam ser proibidas as depressões…"
in Quarta Républica posted by Suzana Toscano
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